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segunda-feira, 3 de maio de 2010

De malas prontas

Esta foto tirei do posto que meu pai trabalha, onde expõe as jóias que ele faz de prata e ouro no Chile. Vista incrível, né?
Fiz esta viagem para me conhecer melhor, para entender o que em mim esta tão oculto. Se imaginar como você estará daqui à alguns anos conhecendo seus familiares é fácil. Difícil é saber de onde aparecem certas peculiaridades, ou mesmo habilidades que anteriormente você não teve contato. Deve ser igual à alguém que é adotado e desconhece suas origens, suponho.
Comigo foi assim, não fui criada por minha mãe, a conheço, mas ela não foi a responsável por minha educação, ou meu rumo na vida, logo, nem gostaria de me parecer com ela, digo emocionalmente.
Tenho porte físico diferente das pessoas de minha família, por motivos óbvios, sanguíneamente não somos parentes, tenho habilidades manuais que ninguém tem, sou extrovertida, gulosa, sorridente, gosto de festa, de casa em silêncio, sou independente, tenho pulso firme, não bêbo, não fumo, falo palavrão, tenho humor negro e sou muito sarcástica. Claro que sou única como todos os seres humanos são, mas pensando na família do Bart Simpison que todos se parecem (inclusive o pai e a mãe) eu não me reconheço em ninguém.
E aos trinta dois anos precisava saber de onde vim, para poder descobrir para onde vou.
Basicamente, meu DNA, minhas raízes estão lá, entõ tive que ir até lá para conferir de perto.
Encontrei uma prima que eu mesma me considero parecida comigo ( sim pq eu sou mais velha), muito parecida mesmo, uma avó que fez questão de cozinhar pratosm típicos do Chile, para ajudar ainda mais meu sobrepeso, fazendo de mim uma neta muito mimada, ah como vó é bom......Pessoas que como eu, estavam curiosas com minha chegada, a hija do Brasil, aquela que não vem desde os dois anos de idade, aquela que a mãe não quis criar. Eu!
Euzinha mesmo com todos meus erros e acertos, fui muito bem recebida.
Pude ter um irmão,daqueles que tira as coisas de dentro da boca da gente e come, briga de lutinha (sim lutinha nesta idade), precisando do pai interferir dizendo: cuidado vocês vão se machucar!.
Um irmão que eu sentí ter me amado nestes doze dias,pelo simple fato de ser meu irmão, que quis estar comigo, que quis me conhecer, que riu, assistiu tv, ralhou comigo, andou de mãos dadas e cocertou meu espanhol rindo muito. Assim : irmão!
Encontrar uma família inteira querendo você por perto, não é todo dia. Acho que consegui suprir uma necessidade de amor fraterno, que desde que me conheço por gente sinto, eu precisava de família.
Hoje posso dizer feliz de quem tem uma.
Apesar da distância, apesar dos anos, apesar da ausência, apesar de tudo, minha família, aquela que se fizer DNA, saí 99,9%. As coisas são como são, rogo a Deus ter aprendido minha lição de ter crescido sem eles, e se era para ser assim, pronto foi, não penso em culpados ou sofrimento, não quero pensar em nada disso, foi como foi, é o que tem pra hoje! Neste mundo, nem no outro há inocentes aqui estamos todos para aprender............................

2 comentários:

  1. Peraí... A sua mãe que eu conheci não era sua mãe... Agora embaralhou tudo! Acho melhor que esse blog vire um livro da sua vida... pq deve ter muuuita coisa para contar. Bjks e força!

    " Que bom que você encontrou seu lugar no mundo"

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  2. Era sim... mas quem realente cuidava dela era a avó! Se eu bem me lembro... era isso....

    O importante é, no final, encontrar sentido para os acontecimentos, sacudir a poeira e continuar caminhando... sempre...


    beijo

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